Literatura | Encontramos-nos noutra reencarnação, talez!

Agora que falta pouco para partir, é que me apercebo mesmo por quem o meu coração bate. Andei perdida. Uma alma que vagueava por ai à procura de ti. Sei-o agora. Porque, à medida em que as horas vão passando, o meu coração vai ficando mais pequeno. Vai-se dilacerando com a dor do adeus que se aproxima. Sim, vou embora. Fiz estragos a mais e magoei-nos, como também me magoaste. O meu coração sempre foi teu. A minha alma sempre foi tua, mesmo quando andou perdida por ai. Sempre te pertenci. O meu lugar foi sempre ao teu lado, sentados sob uma manta, a assistir um filme, com a lareira acesa, na noite mais fria de inverno. Mas agora, o fio que nos ligava foi cortado. Eu não tenho mais lugar, não tenho o meu lugar na tua vida. Então eu vou, já tenho a bagagem pronta. Levo tudo o que preciso, memorias tuas para alimentar a minha alma. Mas antes, envio-te uma brisa bem gelada, que toca levemente os teus doces lábios. É o beijo que não te posso dar. Amo-te!

Fictício

Daniela Silva

26 de Maio 2015